A micologia nada mais é do que um ramo da biologia que estuda os fungos. Também chamado de micetologia, esta área analisa os organismos heterotróficos, ou seja, os fungos de várias dimensões que vão desde os cogumelos até as leveduras e bolores. Os profissionais que são especialistas neste assunto recebem o nome de micologistas ou micetologistas. Esses pesquisadores estudam a taxonomia, sistemática, morfologia, fisiologia, bioquímica, benefícios, malefícios e utilidades dos fungos, que se dividem em parasitas, saprófitos ou decompositores.
A palavra "micologia" vem do grego mykes, que quer dizer "cogumelo", e logos, estudo. No passado, a micologia era objetivo de estudo da botânica porque na época os fungos eram classificados como plantas. No entanto, o conhecimento acerca deste tema foi evoluindo até deixarem de pertencer ao estudo científico das plantas e ter uma própria ciência responsável pelos seus estudos, sendo ela a micologia.
Os fungos são classificados em quatro divisões, sendo: Zigomycota, ascomycota, basidiomycota, deuteromycota. E, a micologia estuda cada divisão desta que reúnem vários fungos, dos mais perigosos e mortais, até os indispensáveis ao combate de infecções bacterianas.
As pesquisas neste segmento são de suma importância para pesquisadores renomados como Peter McCoy e Paul Stamets, pois, envolve análises sobre a biodegradação, aumento da imunidade do corpo e saltos evolutivos cruciais para vida no planeta.
O pesquisador Paul Stamets, detém a patente de diversas técnicas de micorremediação (processo de quebra de compostos tóxicos usando fungos). Uma delas é a filtragem de patogênicos da água da chuva em áreas urbanas, projeto que ganhou uma bolsa de 80 mil dólares da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos para ser desenvolvido.
Já Peter McCoy, cofundador do grupo Radical Mycology, acredita que não é necessário tanto investimento para se aproveitar dos benefícios desses seres; pelo contrário, o coletivo crê que quanto mais simples e baratos forem os métodos, mais pessoas conseguirão ter acesso a eles.
Um evento chamado Radical Mycology Convengence (Convergência de Micologia Radical, em tradução livre). Nele, todos os entusiastas de micologia se reúnem para trocar informações, participar de oficinas, palestras, entre outras atividades. Instalações de micorremediação, modos de cultivo e outros métodos são ensinados para que sejam compreensíveis para o máximo de pessoas possível. Essa convergência acontece por meio das doações, e qualquer pessoa é bem-vinda a ensinar, aprender ou ser voluntário.
Micologia e os problemas ambientais
A cofundadora do evento Radical Mycology Convengence, Maya Elson, diz o seguinte: "Se você parar para observar o que está acontecendo no mundo, desde vazamentos de petróleo a lixo tóxico, de florestas morrendo à questão da fome, uma grande parte do problema é a falta de solo fértil, saudável". É bem provável que eles possam ajudar a humanidade a lidar com os problemas relacionados a danos ambientais.
Estudos apontam que os fungos conseguem decompor fraldas descartáveis, vazamentos de petróleo e bactérias nocivas encontradas nas águas, sem contar aqueles que digerem plástico. Uma empresa desenvolveu uma tecnologia fúngica para substituir espumas sintéticas. A espuma brota a partir de si própria, em um processo em que um molde é preenchido com uma mistura de esporos e descartes orgânicos, como cascas de aveia, e após alguns dias os cogumelos aparecem e suas raízes criam nós e se unem para fazer um material leve, porém consistente, que resiste à água e ao fogo. Outro detalhe é que este material consegue se biodegradar em um mês, diferente da espuma de poliestireno, material feito de petróleo, que nos Estados Unidos é chamado de styrofoam, e que lá representa 25% do volume dos aterros sanitários. A espuma fúngica também pode ser usada como isolante térmico.
O fungo é como um tentáculo, capturando água e nutrientes do solo e aprimorando as raízes da plantação, recebendo açúcares ricos em carbono em troca, que são frutos da fotossíntese. Nessa simbiose, o fungo protege a planta de doenças e períodos de seca, e garante o seu torrão de açúcar. Além disso, essa relação positiva foi o que permitiu às plantas migrarem do mar para o solo há 460 milhões de anos, segundo teorias científicas.
Na alimentação os fungos são utilizados na fabricação de vários produtos como queijos, pães, entre outros. Os cogumelos comestíveis também são fonte de proteínas e considerados muito saudáveis e comestíveis. Enquanto na agricultura os fungos podem ser benéficos ao serem utilizados nas raízes de plantas. No entanto, eles também podem ter efeito adverso causando infecções como a ferrugem negra do trigo ou até mesmo o apodrecimento da madeira.
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Fonte: eCycle e Laboratório Tiezzi
Imagem: 123RF