A toxicologia analisa os efeitos de várias substâncias químicas sobre os organismos vivos, seja humano, animal ou no ambiente, verificando seus danos e benefícios a curto e longo prazo. O principal intuito é evitar que efeitos nocivos das sustâncias que utilizamos possam afetar a nossa saúde ou o meio ambiente.

Os produtos químicos estão presentes em nossa vida, desde a pasta de dente, shampoo até os agrotóxicos e conservantes usado nos alimentos ou nos medicamentos que consumimos para cuidar da saúde. Eles compõem tudo o que está a nossa volta, seja no ar que respiramos ou na água que bebemos.

No entanto, diante das diversas dúvidas sobre o que leva uma substância causar danos, qual a dose ideal, entre outros fatores, o principal desafio da toxicologia é estabelecer o uso seguro das substâncias químicas, uma vez que nem todos irão responder às substâncias exatamente da mesma maneira. Fatores como quantidade, duração da exposição e suscetibilidade influenciam nas consequências.


Nesse sentido, confira as áreas que a toxicologia abrange e sua aplicabilidade.


Toxicologia ocupacional


Identifica as substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho e os riscos que oferecem, com o objetivo de preservar a saúde do trabalhador. São estudados tanto os agentes tóxicos de matérias-primas, produtos intermediários e produtos acabados como o monitoramento biológico do trabalhador. A identificação precoce da exposição pode permitir a proteção aos efeitos tóxicos graves, às vezes, irreversíveis. É o que acontece, por exemplo, nos cenários industriais seja com metais pesados ou agrotóxicos.

Toxicologia ambiental


Estuda os efeitos dos produtos químicos em organismos como peixes, aves, animais terrestres e plantas. A ecotoxicologia, uma área especializada da toxicologia ambiental, é voltada especificamente para o impacto das substâncias tóxicas na população de um ecossistema.

Toxicologia alimentar


Abrange principalmente aspectos da segurança alimentar, os efeitos adversos produzidos por agentes químicos presentes em alimentos, sejam eles naturais ou sintéticos. Além disso, estabelecem as condições nas quais os alimentos podem ser ingeridos sem causar danos.

Avalia desde substâncias causadoras de câncer, toxinas microbianas como algas, fungos e bactérias, até os grupos de pesticidas, poluentes orgânicos, metais, materiais de embalagem, hormônios e resíduos de drogas animais.

Toxicologia Forense


Envolve a aplicação da toxicologia com finalidade legal. Tem como objetivo principal a busca de uma evidência que irá permitir a identificação da presença de uma substância química, ou seja, do agente tóxico na investigação criminal, seja para causa de morte, danos à saúde ou ao patrimônio.

Toxicologia de Medicamentos


Atua na pesquisa e busca de novas drogas e remédios usados no tratamento e prevenção de doenças, assim como suas consequências para o organismo. Efeitos nocivos podem ser menores, como dor de cabeça, ou graves, como câncer e defeitos congênitos.

Toxicologia de Medicamentos


Atua na pesquisa e busca de novas drogas e remédios usados no tratamento e prevenção de doenças, assim como suas consequências para o organismo. Efeitos nocivos podem ser menores, como dor de cabeça, ou graves, como câncer e defeitos congênitos.

Toxicologia Analítica


Identifica substâncias nocivas no sangue, urina, cabelo, saliva, entre outros. Essa área pode auxiliar no diagnóstico, tratamento, prognóstico e prevenção de intoxicações. Em relação às drogas terapêuticas, auxilia no acompanhamento e resposta do paciente, sendo que as doses podem ser aumentadas ou reduzidas para otimizar o tratamento. Nos casos de overdose, é essencial que o agente responsável seja identificado, para que possa ser ministrado o tratamento correto. Os exames do doping em esportistas, entram nessa categoria da toxicologia.

A diferença entre o remédio e o veneno é a dose


A dose da substância é um fator importante na toxicologia, pois tem uma relação significativa com os efeitos sobre o indivíduo. Todas as substâncias têm o potencial de serem tóxicas dependendo das condições e doses administradas.

Uma dose pequena de uma substância tóxica pode ser mortal. Da mesma forma, uma dose alta de uma substância de baixa toxicidade pode não ter nenhum efeito. É assim que um medicamento, se administrado na dose correta, pode salvar uma vida, mas em grande quantidade pode intoxicar um organismo.

De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde, estima-se que ocorrem no Brasil, cerca de doze mil casos diários de intoxicação por medicamentos e/ou outras substâncias químicas. Como a previsão é de uma morte a cada mil casos, a conclusão é que cerca de doze brasileiros morrem intoxicados todos os dias. Infelizmente ainda é comum medir a toxicidade de uma substância química, antes de ser comercializada, em animais.

Testes toxicológicos e a saúde


Diversas leis e instituições realizam a regulamentação de produtos exigindo a realização de testes antes da liberação para comercialização. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde controla a qualidade dos alimentos, medicamentos, saneantes, pesticidas, dispositivos médicos, cosméticos e correlatos.

Sendo assim, existem testes para determinar se um produto tem potencial para causar câncer, defeitos congênitos, efeitos reprodutivos, toxicidade neurológica dentre outros problemas. Assim, a nossa exposição a essas substâncias é limitada, prevenindo ou reduzindo a probabilidade de que uma doença ou outro resultado negativo ocorra na saúde humana.

Se você atua na área de farmácia, biomedicina, biologia ou medicina e deseja aprofundar seus estudos nas questões toxicológicas, conheça e matricule-se na especialização em Análises Clínicas e Toxicologia do Instituto Monte Pascoal. Amplie seu conhecimento e se torne referência no meio profissional.



Fonte: bioemfoco

Imagem: 123RF