A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta primeira semana de novembro, o primeiro spray nasal desenvolvido para ajudar a tratar o diagnóstico de depressão. O cloridrato de escetamina é recomendado para adultos com depressão resistente, ou seja, pessoas que não responderam a duas terapias anteriores, ou que tenham comportamento ou ideação suicida.

Chamado comercialmente de Spravato, o medicamento é considerado o maior avanço da ciência contra a depressão em meio século. Elaborado pela Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, o spray nasal tem ação no cérebro mais rápida que a de qualquer outra medicação no mercado, o que é um fator essencial tendo em vista os pacientes que apresentam intenções suicidas.


Outro detalhe é que após ser aplicado no nariz os efeitos surgem em poucas horas, já os antidepressivos comuns mostram seus primeiros resultados depois de cerca de um mês de tratamento. Isso acontece porque o spray nasal funciona de maneira diferente das terapias atualmente disponíveis para a doença.

Os medicamentos antidepressivos existentes atualmente agem nas monoaminas, como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina. Enquanto que a escetamina intranasal age nos receptores de glutamato N-metil-D-aspartato (NMDA), que ajudam a restaurar as conexões sinápticas em células cerebrais de pessoas com depressão. A indicação é que ele seja usado em conjunto com um antidepressivo oral.

Resultados


Os estudos clínicos de fase 3 mostraram como resultado que a escetamina em conjunto com a terapia padrão reduziu os sintomas depressivos em até 24 horas após a primeira dose. Com o prazo maior de um mês de tratamento, 70% dos pacientes apresentaram melhora nos sintomas mais graves.


Entretanto, o produto não foi capaz de prevenir o suicídio ou diminuir a ideação ou comportamento suicida. Sendo assim, o uso do remédio não dispensa a necessidade de hospitalização em pacientes com indicação clínica.


Efeitos Colaterais


Os efeitos colaterais que foram considerados principais durante o tratamento com escetamina são: dissociação, tontura, náusea, sedação, sensação de girar, visão embaçada, sentido reduzido de toque e sensação, ansiedade, falta de energia, pressão arterial elevada, vômito, parestesia e sensação de embriaguez.

"Estamos muito orgulhosos em disponibilizar a escetamina intranasal para pacientes brasileiros com tipos de depressão bastante incapacitantes, para os quais as opções de tratamento eram escassas", diz o psiquiatra e Diretor médico da Janssen Brasil, Fabio Lawson.

Em relação ao preço do produto, ainda não foi definido aqui no Brasil, mas, para assegurar o uso correto do medicamento, a escetamina intranasal será administrada em hospitais e clinicas autorizadas, tendo sempre a supervisão de um profissional da saúde.


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Fonte: Guia da Farmácia

Imagem: 123RF