A empresa ePharma, health tech fez um levantamento de dados que revela uma situação preocupante em relação ao tabagismo no Brasil. A venda de remédios antifumo prescritos para beneficiários de planos de medicamentos corporativos caiu 12,4% nos oito primeiros meses deste ano de 2020, se forem comparados com o mesmo período de 2018.


Na pesquisa realizada, foram prescritas 2.237 unidades de medicamentos neste ano, contra 2.395 em 2019 e 2.555 em 2018, isso indica que há uma tendência de queda contínua. A quantidade de pacientes atendidos, sendo de 939, também despencou 22,9% na comparação com dois anos atrás. Os três medicamentos da categoria mais dispensados nas farmácias no ano foram o bupropiona, os adesivos de nicotina e a vareniclina.


A verificação de queda na pesquisa da ePharma vai de encontro com o estudo produzido pela Fiocruz, no qual, mostra que 34% dos fumantes brasileiros passaram a consumir mais cigarro durante a pandemia.

Como orientar as pessoas que querem largar o vício?


De acordo com a psicóloga Silvia Cury Ismael, que trabalha com pacientes tabagistas há 26 anos, e é coordenadora do Programa Vida sem Cigarro do Hospital do Coração (HCor), o primeiro passo para abandonar o vício do tabaco é o fumante ter consciência dos malefícios do cigarro, conhecer seu perfil de fumante e querer ser ajudado. Após isso, o uso de medicamento associado à terapia comportamental forma uma ótima opção para o tratamento inicial.

Em situações de crise de abstinência a psicóloga explica a intensidade dos sintomas depende de uma pessoa para outra e está relacionada com o tempo em que a mesma consumiu o tabaco além do nível de dependência física e emocional. Porém, é fundamental saber que nesse momento os sintomas são passageiros.


De maneira geral, os sinais de abstinência começam a aparecer logo nas primeiras 24 horas sem fumar nenhum cigarro e podem durar entre sete e 14 dias, ou até mesmo um mês dependendo do caso. A psicóloga e diretora executiva do Departamento de Psicologia da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), Jennifer de França Oliveira Nogueira, afirma que os principais sintomas são a dificuldade para dormir, dor de cabeça, tontura, tosse, ansiedade, estresse, aumento de apetite, dificuldade de concentração, irritabilidade, tristeza e sinais depressivos.

"Existem também sintomas mais intensos de início abrupto e duração rápida, como a chamada fissura, aquele grande desejo de fumar. No entanto, a duração é de apenas cinco minutos e perde as forças com o passar do tempo sem as tragadas", esclarece a psicóloga.


O momento de fissura que um (a) ex-fumante passa é difícil de lidar mas, é algo que dura em torno de cinco minutos e vai passando conforme o tempo que a pessoa já está sem fumar. Como dica, a psicóloga Jennifer recomenda parar o que está fazendo e tomar água, sair ao ar livre, conversar com outra pessoa ou então ver algo interessante na televisão para tentar se distrair e passar esse período de fissura.


Ela também indica a acompanhamento psicoterápico específico para cessação do tabagismo, "assim o fumante irá compreender o papel do cigarro em sua vida, conhecer seus gatilhos e aprender formas práticas de como lidar com cada situação", comenta.

A psicóloga Silvia também recomenda mudar a rotina para desassociar o cigarro a café, bebida alcóolica, almoço, telefone, computador, momentos de estresse, etc. Nesse contexto, a inclusão dos exercícios físicos no dia a dia ajuda não só no alívio do estresse e no processo de emagrecimento, como também na liberação de endorfina e nos benefícios à saúde.

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Fonte: Guia da Farmácia

Imagem: 123RF