Com o passar do tempo e com a permanência do novo coronavírus espelhado pelo mundo muitas pessoas já sabem os riscos e conhecem algumas complicações que podem surgir por conta da doença, porém ainda há pessoas que estão em pânico e se questionam sobre o risco de contágio em qualquer situação. Entretanto, com o que exatamente devemos nos preocupar? Para esclarecer diversas dúvidas médicos de diferentes especialidades explicam quais são os riscos de contágio em diversas situações:


Posso pegar Covid-19 comendo um alimento?


De acordo com a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, não há evidências de que a Covid-19 seja transmitida por meio de alimentos, ou que o cozimento completo eliminará o vírus. Ela ainda afirma que as embalagens dos alimentos devem ser limpas com água e sabão, desinfetante, água sanitária ou álcool de limpeza 70.


É seguro fazer pedidos por aplicativos ou delivery?


Caso uma pessoa doente manuseie a comida, os riscos não podem ser descartados. No entanto, a médica, Marcela Garcez, salienta que de forma geral a comida não tem sido um mecanismo de disseminação. O risco de contaminação da embalagem pode ser minimizado, esvaziando o conteúdo em um prato limpo, descartando a embalagem em um saco de lixo e lavando bem as mãos antes de comer. "Tire a comida do recipiente com uma colher e coma com garfo e faca, não com as mãos", diz a médica.

Posso pegar o coronavírus em relações sexuais?


Beijar definitivamente poderia espalhar o covid-19. E, apesar de não ser tipicamente transmitido sexualmente, é muito cedo para saber, segundo a OMS. "No entanto, cabe o bom senso. Se você e seu parceiro estão em isolamento social há mais de duas semanas, tomam o máximo de cuidado ao sair de caso apenas para as ocasiões mais necessárias, como ir ao mercado ou à farmácia, não há problema na prática sexual. No entanto, se um de vocês apresentar sintomas de coronavírus, o afastamento terá que acontecer", afirma a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira.

A médica também alerta que diante do atual momento que estamos vivendo não é recomendado a busca de novos parceiros(as) sexuais, já que não é possível saber quem está infectado, além dos casos de pessoas que são assintomáticos. Além disso, não podemos ter certeza de que alguém está cumprindo o isolamento.

O Covid-19 pode passar pela pele, entrar no corpo e me infectar?


"Na verdade, a nossa própria pele pode dificultar as coisas, pois ela é composta de uma variedade de diferentes micróbios, bactérias, sebo e proteínas mortas que formam uma grande barreira física. Mas pode ser possível que uma pessoa possa adquirir o Covid-19 tocando uma superfície ou objeto que contenha o vírus e, em seguida, tocando sua própria boca, nariz ou possivelmente seus olhos", afirma a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff.

Como esse é um vírus do sistema respiratório, é mais comum que o contágio seja por meio de gotículas respiratórias produzidas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou até mesmo fala. "Essas gotículas podem pousar na boca ou no nariz de pessoas próximas ou possivelmente serem inaladas pelos pulmões", diz a médica.

Existe a possibilidade do vírus ficar no meu cabelo ou barba?


"Sim, existe. O vírus pode ficar nos cabelos, na barba, nas roupas ou objetos. Se por ventura seu cabelo ou sua barba forem contaminados por gotículas respiratórias, então você precisaria tocar na parte do cabelo ou da barba que possui essas gotículas e em seguida tocar a boca, nariz ou olhos", diz a Dra. Paola. "Se você lembrar de higienizar sempre as mãos antes de tocar seu rosto, esse risco de contágio será menor" afirma.

Roer unhas aumenta o risco de contágio pela Covid-19?


O hábito de roer as unhas é péssimo, principalmente diante da pandemia que estamos vivendo. "Quando isso acontece, você está transferindo todos esses germes presentes naquele local. E você pode ficar doente. Temos que levar em consideração que a parte de baixo das unhas é uma área de difícil acesso e higienização, o que faz com que elas acumulem grande sujidade e se tornem um ambiente propício para a proliferação e sobrevivência de microrganismos transmissores de patologias, como o coronavírus", explica a Dra. Paola.

Os germes que entram na boca representam uma das maneiras mais fáceis de contrair qualquer infecção. "Existem muitas infecções nessa época do ano, de bacterianas a virais e gripais. Mas, além disso, como agora temos o novo coronavírus, há ainda mais motivos para não roer as unhas", acrescenta.

Se o maço de cigarro é usado de forma individual, por que devo evitar fumar?


Quando se trata de risco os fumantes possui um nível considerado alto. Em um estudo da China, onde ocorreu o primeiro surto de Covid-19, os fumantes tiveram 14 vezes mais chances de desenvolver complicações graves do que os não fumantes. Mesmo ocasionalmente, fumar cachimbo, narguilé ou até maconha pode colocá-lo em maior risco. Segundo especialistas, o que acontece com as vias aéreas quando você fuma é algum grau de inflamação, muito semelhante à bronquite.

Além disso, há outros problemas no cigarro, como os circulatórios. "A nicotina e as toxinas do cigarro provocam a diminuição do fluxo nos vasos sanguíneos. Uma vez que a circulação está prejudicada, a quantidade de oxigênio e nutrientes que chegam aos órgãos é menor", explica a angiologista, Dra. Aline Lamaita.

"Por conta de todas as doenças associadas, o tabagismo é, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal causa de morte evitável no mundo. No Brasil, nos últimos dez anos, segundo o Ministério da Saúde, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos no País, mas uma em cada dez pessoas que reside nas capitais brasileiras ainda mantêm o hábito de fumar", explica a Dra. Aline. Apesar de ser estressante no começo, a adoção de novos hábitos, dentre eles os cuidados com a saúde mental e a atividade física diária, pode deixar esse período mais leve. "E dia após dia lembre-se que você está fazendo um bem enorme para sua saúde", conclui a angiologista.

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Fonte: Guia da Farmácia

Imagem: Freepik