Município de Doutor Pedrinho, no vale do Itajaí (SC), conta com Cuidado Farmacêutico no SUS
A pequena cidade de Doutor Pedrinho (SC), de aproximadamente 4 mil habitantes, é um reflexo da expansão da farmácia clínica pelo interior do Brasil. O município conta com uma única Unidade Básica de Saúde (UBS), mas tem nela uma farmacêutica apaixonada pelo que faz e comprometida em levar saúde e qualidade de vida aos moradores. Com a realização do curso Cuidado Farmacêutico no SUS, pelo CFF, em Itajaí, entre novembro de 2018 e agosto de 2019, usuários do serviço de saúde da região experimentaram mudanças na assistência farmacêutica que logo demonstraram resultados positivos.
A farmacêutica Lourena Nones Bidone formou-se em 1993, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com habilitação em Análises Clínicas. Servidora do Laboratório da Prefeitura Municipal, desde 1997, com 20 horas como farmacêutica bioquímica, a partir de 2016, ela se tornou também, com 20 horas, responsável pela assistência farmacêutica de Doutor Pedrinho. E, desde então, queria melhorar a qualidade da dispensação de medicamentos para a população, evitar desperdícios e implantar o Sistema Hórus do Governo Federal.
Durante a implantação desse programa em Doutor Pedrinho, consultava com frequência os Cadernos de Cuidado Farmacêutico na Atenção Básica, porém, no início, ela conta que conseguiu apenas fechar a tradicional "janelinha" por onde era feita a dispensação e abrir uma porta de acesso para que os pacientes pudessem entrar na farmácia e serem atendidos sentados em uma mesa, e não através de um balcão.
No laboratório, pela manhã, Lourena utiliza o tempo das coletas para passar informações aos pacientes. "Pergunto sobre o uso de medicamentos, fico atenta com medicações como Levotiroxina e Omeprazol. Faço controle trimestral da Hemoglobina Glicada e mensal da glicemia de jejum dos pacientes que atendi nas consultas de Cuidado Farmacêutico".
Na farmácia da UBS de Doutor Pedrinho, à tarde, ela reforça o alerta para que seus pacientes mostrem ao médico, mapas de glicemias e pressão arterial. "Procuro selecionar os pacientes mais acometidos pelas complicações do diabetes, como dificuldades na visão, por exemplo. Geralmente, aplico um questionário que me fornece várias informações sobre o paciente, procuro ser a mais didática possível para que as pessoas tenham a exata dimensão da importância de seguir as prescrições".
Lourena diz que o curso de Cuidado Farmacêutico proporcionou uma bagagem de conhecimentos teórico-práticos úteis e aplicáveis ao dia a dia do atendimento farmacêutico. "Foi um investimento de tempo que usamos para aprender, praticar e relembrar conteúdos que na nossa rotina frenética. Instrumentos como utilização de questionários estruturados e a adoção do sistema de organização de informações no padrão SOAP proporcionaram significativo aprimoramento no cuidado ao paciente".
A metodologia tornou mais claro para a farmacêutica como lidar com o atendimento clínico e organizar um cronograma de saúde dos pacientes de Doutor Pedrinho. "Procuro sempre saber notícias de cada um que eu atendi no Cuidado Farmacêutico, telefono, faço visitas surpresas, convido para participar do grupo de diabéticos e aproveito para discretamente verificar a adesão. Eu jamais os confronto com cobranças, e eles sempre acabam me confessando os deslizes. Uma vez por mês convido todos para repetir os exames de glicemia de jejum, eles gostam e percebem que estão sendo cuidados", relata Lourena.
Fonte de texto: www.cff.org.br