O Brasil está cada vez mais perto de ampliar a oferta da medicina chinesa à população. Pelo menos essa é a intenção do Conselho Federal de Farmácia (CFF) diante do interesse do governo chinês de expandir a técnica para o mundo. Recentemente, representantes do órgão estiveram naquele país no Fórum de Desenvolvimento Internacional da Medicina Chinesa promovido pela província de Gansu.
O encontro teve a participação de mais de 20 países, como Rússia e Estados Unidos. Lá os brasileiros chamaram a atenção ao apresentar o cenário favorável no Brasil para a implantação da medicina chinesa nas farmácias. Já que a Lei 13.021, de 2014, reconheceu esses locais como estabelecimentos de saúde. É o que ressalta o coordenador do Grupo de Medicina Chinesa e Acupuntura do CFF, Paulo Varanda. "A intenção é implementar esta técnica nos consultórios farmacêuticos e nas farmácias para ampliar o leque do farmacêutico no Brasil e oferecer à população mais um recurso terapêutico milenar que trabalha muito mais com a prevenção e a manutenção da saúde, no equilíbrio, fazendo com que a pessoa tenha menos patologias e tenha um alívio do seu sofrimento."
Paulo Varanda lembra que, na China, os farmacêuticos já prescrevem produtos da medicina chinesa na rede privada. O desafio é preparar os profissionais brasileiros para oferecer esse serviço também aqui. Existem, no Brasil, cerca de 220 mil farmacêuticos e 87 mil farmácias. "Nessas 87 mil farmácias podem haver consultórios. E esses consultórios podem desenvolver o trabalho de consulta e prescrição da medicina chinesa. Basta que os farmacêuticos sejam treinados nesta área. E uma das coisas que a gente busca muito através do CFF é apoios aos treinamentos para os farmacêuticos. E nós podemos ministrar uma parte no Brasil e outra parte com imersão nas universidades e hospitais da China para o farmacêutico ver in loco a aplicação, o uso e o desenvolvimento clínico da medicina chinesa", detalha o farmacêutico.
A ida dos brasileiros à China foi patrocinada pelo segundo ano seguido pela província de Gansu. Neste ano, também esteve presente o diretor técnico científico do CFF, José Luis Maldonado. Ele e Paulo Varanda voltam no final de setembro à China para nova apresentação na Província de Macau. Também já está confirmada a ida, em novembro, da primeira turma de 50 farmacêuticos e profissionais de saúde brasileiros à China para um curso de capacitação. Em 2020, serão mais três turmas contempladas.
Fonte de texto: Conselho Federal de Farmácia