Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estudam a possibilidade de a alga Spirulina Platensis ser utilizada para tratamento de disfunção erétil. Segundo pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Urologia, em 2014, com 1.506 pessoas, 59% dos homens afirmaram ter apresentado o problema. A planta, que pode representar uma esperança para esse grupo, já é utilizada como suplemento alimentar. Há seis anos, um grupo de brasileiros, coordenado pela farmacêutica Bagnólia Araújo Costa, avalia o potencial medicinal da alga para tratar casos de impotência sexual.

A especialista explica que testes feitos em animais, como ratos, mostraram a capacidade de a Spirulina Platensis reverter os danos de disfunção erétil causados por obesidade e dietas hipercalóricas, por exemplo. "Essa alga está catalogada e é comercializada como suplemento alimentar só que nós levantamos a hipótese que essa alga poderia ser utilizada no tratamento da disfunção erétil pelos seus constituintes e pelos vários relatos de ela ter atividade antioxidante. Somos o primeiro grupo no Brasil e no mundo que demonstrou que essa alga verde azulada tanto reverte disfunção erétil induzida pela obesidade como é capaz de prevenir a disfunção erétil induzida pela obesidade ", afirma.

A pesquisa está em fase pré-clínica em que a alga é obtida em laboratório e preparada em farmácia de manipulação para ser utilizada nos animais. Após as primeiras conclusões, a expectativa é de que o estudo seja finalizado em seis anos. "Agora, nós estamos na fase de determinação do mecanismo molecular de ação, quando a alteração molecular a suplementação da dieta dos animais com essa alga explicaria o efeito de prevenção e reversão da disfunção erétil. Ou seja, nós já temos as evidências de que o efeito ocorre, agora nós estamos na fase de procurar, investigar, elucidar o mecanismo pelo qual esse efeito para disfunção erétil ocorre dentro do corpo do animal".

Mestre em Farmacologia e Química de Produtos Naturais e Ph.D em Biologia Molecular, a farmacêutica Bagnólia Araújo Costa é professora de graduação no curso de farmácia e do programa de pós-graduação em produtos naturais e sintéticos bioativos do Centro de Ciências de Saúde da Universidade Federal da Paraíba. "Esse programa tem conceito 6 na área da Farmácia na Capes. E, acima de Minas Gerais, esse é o único curso de Farmácia com conceito 6 no Brasil. Então, é uma honra poder ajudar a formar farmacêuticos, mestres e doutores, com o trabalho feito 100% na Paraíba, dentro da UFPB", orgulha-se.

Há 28 anos no magistério, Bagnólia se considera uma defensora ferrenha da profissão farmacêutica. Em sua carreira, passou por sindicato, conselho regional, drogarias e pela área de análises clínicas. Pelo seu trabalho, recebeu mais de 40 homenagens e foi reconhecida, este ano, com a Comenda do Mérito Farmacêutico, oferecida pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF).

Fonte de texto: www.cff.org.br