A Sanofi está se unindo a outras grandes farmacêuticas para expandir o portfólio que incluiria não apenas pílulas e injeções, mas também tratamentos apoiados em tecnologia que podem ser prescritos por médicos.
Em parceria com a Happify Health, a farmacêutica francesa está desenvolvendo uma potencial terapia digital para pacientes com depressão e esclerose múltipla. O projeto vem na esteira do lançamento no ano passado de um tipo semelhante de tratamento com prescrição da Novartis e da Pear Therapeutics, com foco no abuso de substâncias químicas, o primeiro do tipo a receber aprovação da agência reguladora de alimentos e fármacos dos EUA, o FDA.
"O caminho regulatório realmente se tornou muito mais acessível, e sabemos que, para certas doenças, uma terapia digital pode ser realmente muito eficaz", disse Ameet Nathwani, diretor digital da Sanofi, em entrevista na sede da empresa em Paris. "Há uma oportunidade de encontrar alternativas que tenham um custo menor e possam ser administradas de maneira diferente."
As farmacêuticas têm recorrido cada vez mais a aplicativos e outras ferramentas de software testadas em ensaios, revisadas por reguladores e prescritas por médicos para tratar uma série de doenças. Com o aumento dos custos para desenvolver novos medicamentos e sistemas de saúde que pressionam os preços, as farmacêuticas estão fazendo parcerias com especialistas em inteligência artificial, contratando cientistas de dados e até mesmo comprando startups de tecnologia para se tornarem mais rápidas e eficientes.
Novos empregos digitais criados em empresas como GlaxoSmithKline e Novartis sinalizam o objetivo da indústria farmacêutica de se expandir no campo da tecnologia. A Otsuka Pharmaceutical fechou em janeiro um acordo de US$ 300 milhões com a Click Therapeutics para o desenvolvimento de terapias digitais para pacientes com depressão grave. Acordos e parcerias entre farmacêuticas e empresas de terapias digitais devem aumentar em 2019, segundo dados da Bloomberg Intelligence.
A medicina digital visa melhorar a saúde dos pacientes, sugerindo mudanças de comportamento, ferramentas para lidar com doenças ou lembretes com o horário da medicação. A Pear Therapeutics, por exemplo, está desenvolvendo terapias para acompanhar o Reset, um aplicativo aprovado pelo FDA em 2017 que treina pacientes para que consigam modificar o hábito de consumir drogas. Outros aplicativos médicos ajudam pacientes no uso de medicamentos prescritos.
Fonte de texto: pfarma.com.br