A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou no dia 20 de julho (2017) um relatório que leva a um alerta sobre a resistência do vírus HIV aos medicamentos disponíveis no mercado. A resistência de desenvolve, segundo a própria organização, quando as pessoas não seguem corretamente um tratamento prescrito, muitas vezes por não ter acesso constante a ele, ou seja, por não terem condições de fazer o uso dos medicamentos corretamente.

O relatório foi feito com base nas pesquisas nacionais realizadas em diferentes países, e aponta que em 6 dos 11 países pesquisados na África, Ásia e na América Latina, mais de 10% das pessoas que iniciaram o tratamento antirretroviral possuíam uma cepa do vírus resistente a alguma das drogas anti-HIV mais comumente utilizadas.

No Brasil houveram 1.391 casos de resistência do vírus a medicamentos em novos pacientes, segundo reportado em pesquisas. Este número, contudo, representa apenas 10% dos tratamentos iniciados recentemente em território brasileiro.

A OMS de saúde teme que o crescimento potencial da resistência aos medicamentos prejudique o progresso internacional no tratamento e prevenção da doença, e pede que os países que possuem 10% ou mais de índice de resistência revisem, com urgência, seus programas de tratamento.

"A resistência aos medicamentos é um desafio crescente para a saúde global e o desenvolvimento sustentável", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. "Precisamos abordar de forma proativa os níveis crescentes de resistência aos medicamentos contra o HIV, se quisermos atingir o objetivo global de acabar com a AIDS até 2030".

A OMS classificou a resistência aos tratamentos de HIV em três tipos:

- Resistência adquirida, quando mutações ocorrem em indivíduos que já recebem os medicamentos;

- Resistência em pessoas que não possuem histórico de ingestão de medicamentos do HIV e que foram infectadas por versões mais resistentes da doença;

- Resistência em pessoas em reiniciaram o tratamento após interrupção.

A grande preocupação da Organização Mundial da Saúde é que o aumento da resistência aos tratamentos pode levar a mais infecções e óbitos. A organização estima que possa haver um aumento de 135 mil mortes e 105 mil novas infecções nos próximos cinco anos, no mundo, se nenhuma providência for tomada. Além disso, os custos globais de tratamento poderiam aumentar em US$ 650 milhões nesse período.

No Brasil, houve um aumento nos registros de casos de HIV. Entre os anos de 2010 e 2016 o número de casos aumentou em 3% no país, passando de 47 mil para 48 mil. A taxa global, por outro lado, apresentou uma queda de 11%.



Fonte de conteúdo: UOL Notícias
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