Um grupo de cientistas chilenos da Universidade Bernardo O’Higgins (UBO) de Santiago informou nesta segunda-feira que as chalconas, moléculas presentes em frutas e vegetais, podem destruir células cancerígenas depois de passarem por modificações com biotecnologia.
"A maioria de células tem a capacidade de se suicidar. O atributo especial das células tumorais é que elas perdem essa habilidade. O que as chalconas fazem é devolver essa característica, destruindo o tumor internamente", explicou o diretor de Pesquisa e Inovação da UBO, Cesar Echeverría.
O processo, explicou Echeverría, consiste em sintetizar essas células e modificar sua estrutura para que sejam mais efetivas na luta contra os tumores provocados pelo câncer. "As chalconas são conhecidas por serem moléculas únicas. No laboratório modificamos sua estrutura, as testamos em tumores e observamos que os resultados são positivos", disse.
O cientista afirmou que as chalconas poderiam ser utilizada como tratamento complementar a métodos tradicionais, como a radioterapia ou a quimioterapia, para aumentar a eficácia em cânceres especialmente complicados, como o hepático.
"O câncer hepático é um dos mais mortíferos do mundo. De fato, é o terceiro tipo de câncer com maior mortalidade. Só no Chile, ele mata 1.000 pessoas por ano", indicou o pesquisador. Após testar o êxito do estudo no laboratório, o próximo passo é observar a eficácia do método em ratos. A nova pesquisa deve ter início, de acordo com Echeverría, em março ou abril.
"Agora vamos testar com ratos. Talvez, no futuro, faremos em humanos, mas ainda é cedo. Temos que avançar em muitas coisas e pedir permissão ao comitê de bioética, algo que ainda não fizemos. Pretendemos fazer isso em um prazo de cinco ou dez anos", explicou. O cientista também destacou o "bom estado" das pesquisas sobre as investigações contra o câncer no Chile e destacou que o país tem recursos naturais para encontrar novos métodos.
"Vários laboratórios também estão avançando. Além disso, estamos descobrindo novos compostos vegetais do país com capacidade antitumoral, como certas amoras, tomates e algas", concluiu.
Fonte: Terra
Fonte: Farmacêutico Márcio Antoniassi
Fonte da imagem: Farmacêutico Márcio Antoniassi