Um painel independente reunido pelo Instituto Nacional de Saúde concluiu que não há evidências a favor nem contra a capacidade de um multivitamínico prevenir doenças crônicas. A Sociedade Norte-Americana do Câncer, a Associação Norte-Americana do Coração e a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA, entre outros, não encontraram nos suplementos nada que prevenisse o câncer ou as doenças cardíacas. Em vez disso, o grupo recomenda uma dieta balanceada, explicando que a variedade de alimentos é mais eficaz do que qualquer cápsula.
O que não quer dizer que o paciente que tenha deficiência de um ou outro nutriente específico não deva consumir um suplemento recomendado pelo médico. Por exemplo, agora que os exames de falta de vitamina D se tornaram rotina, especialmente para pacientes mais idosos, muita gente precisa tomar pílulas desse nutriente diariamente, principalmente para garantir a saúde óssea.
O volume de cálcio das pessoas em geral também pode ser considerado problemático, principalmente com o declínio drástico no consumo de leite dos norte-americanos nas últimas décadas. Consumindo uma quantidade adequada de alimentos ricos em cálcio – incluindo leite desnatado (sem lactose) e verduras de folhas escuras, é possível evitar o suplemento de cálcio, que pode causar constipação ou outros sintomas desconfortáveis.
Uma análise de 15 estudos, de 2010, sugere que ele aumenta o risco de um enfarte em 30%, embora o guia mais recente, baseado em estudos de observação, sugira que não há excesso de risco cardiovascular da ingestão combinada de cálcio de 2.500 miligramas de alimentos e suplementos. O mineral consumido nessa segunda forma também pode resultar em pedras nos rins e problemas gastrointestinais, riscos que alguns pesquisadores concluíram não se justificar pela capacidade limitada de prevenção de faturas.Embora as conclusões tenham sido embasadas por pesquisas, muitos especialistas enfatizam que a fonte ideal do mineral é a alimentar, reservando-se os suplementos para aqueles que já sofrem de osteoporose, tem fraturas ou enfrentam um risco bastante significativo.
Para os adultos com mais de 50 anos, os níveis sanguíneos de vitamina B12 podem se tornar baixos a ponto de comprometerem a saúde cerebral e a função muscular. Alimentos que contenham proteína animal são a principal fonte desse nutriente, mas se a acidez estomacal estiver baixa, ele não pode se separar do veículo que o contém e, consequentemente, não é bem absorvido. Seja uma sugestão vinda de amigos ou baseada na descoberta de um estudo científico, o histórico combinado de benefícios e riscos dos suplementos sugere cautela.
Como no seguinte caso: baseado em um volume considerável de evidências sugestivas, um grande estudo custeado pelo governo testou a capacidade do selênio e da vitamina E de diminuírem o risco de câncer de próstata. Infelizmente, os que tomavam essa última desenvolveram mais casos de câncer do que os que estavam tomando o placebo e quem consumiu selênio acabou com maiores probabilidades de desenvolver diabetes.
Fonte: Gazeta do Povo
Fonte: Farmacêutico Márcio Antoniassi
Fonte da imagem: Farmacêutico Márcio Antoniassi