O estudo conduzido pela Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, apurou que as comunidades de bactérias, conhecidas por biofilme, podem formar uma linha de defesa resistente aos antibióticos. Os investigadores, liderados por Yang Liang, demonstraram como os biofilmes podem ser interrompidos de forma a deixarem os antibióticos exercer a sua função.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), mais de 60% de todas as infeções bacterianas estão associadas aos biofilmes. O estudo demonstrou que a interrupção da comunicação entre as células bacterianas e da capacidade de se agarrarem uma às outras pode afetar os biofilmes, o que deixa as bactérias mais vulneráveis e mais permeáveis à ação dos antibióticos.
A resistência bacteriana aos antibióticos está a aumentar rapidamente em todo o mundo, colocando em risco a capacidade de tratar infeções comuns nas comunidades e hospitais. Na opinião da Organização Mundial de Saúde, se não for realizada uma ação urgente e coordenada, o mundo está a caminhar para uma era pós-antibiótico, em que as infeções comuns e ferimentos leves, que têm sido tratáveis durante décadas, podem voltar a matar.
Os investigadores descobriram os mecanismos pelos quais as bactérias são capazes de tolerar antibióticos através da utilização de uma bactéria comum, a Pseudomonas aeruginosa.
As bactérias formaram um biofilme num sistema de microfluidos, tendo sido posteriormente introduzido um antibiótico. Uma grande parte das células bacterianas foram mortas pelo antibiótico, deixando apenas uma pequena fração das células resistentes. No entanto, estas células foram capazes de se reproduzir rapidamente e de dominar a comunidade.
Os investigadores utilizaram um fármaco aprovado pela FDA (regulador farmacêutico norte-americano) que interrompe a comunicação célula-a-célula e a agregação destas. Este fármaco foi adicionado ao antibiótico, tendo conseguido matar todas as células bacterianas.
Este mesmo teste foi realizado em ratinhos com implantes infetados. Verificou-se que apenas os ratinhos tratados com a combinação do composto antibiofilme e antibióticos tinham a infeção completamente erradicada.
Esta descoberta pode conduzir a novas opções de tratamento contra as infeções bacterianas persistentes e crónicas. Enquanto a comunidade científica está a desenvolver novos tipos de antibióticos e tratamentos antimicrobianos, esta descoberta pode ajudar a ganhar tempo, melhorando a eficácia dos medicamentos mais antigos", concluiu um dos autores do estudo, Kevin Pethe.
Esta descoberta pode conduzir a novas opções de tratamento contra as infeções bacterianas persistentes e crônicas. Enquanto a comunidade científica está a desenvolver novos tipos de antibióticos e tratamentos antimicrobianos, esta descoberta pode ajudar a ganhar tempo, melhorando a eficácia dos medicamentos mais antigos", concluiu um dos autores do estudo, Kevin Pethe.
Fonte: Portal Banco da Saúde