Cuba e EUA se reaproximam para uma parceria após 55 anos de hostilidade, os países passarão a desenvolver juntos uma promissora vacina contra o câncer de pulmão inventada pelos cubanos, a Cimavax.
Um grupo de cientistas norte-americanos do Instituto do Câncer Roswell Park finalizou um acordo com o Centro Cubano para Imunologia Molecular com o objetivo de aprimorar o produto. Pretendem, com isso, começar os testes clínicos, e obter sua aprovação pela FDA, o órgão federal americano que regulamenta medicamentos e alimentos.
"A oportunidade de avaliar uma vacina como essa é uma perspectiva muito emocionante", diz Candace Johnson, CEO de Roswell Park, ao site Wired.
Segundo a publicação, Candace está esperançosa, uma vez que a pesquisa até agora mostra que a vacina tem baixa toxicidade e é relativamente barata de produzir e armazenar. O Centro Cubano para Imunologia Molecular entregará a Roswell Park toda documentação (como é produzida, dados de toxicidade, resultados de ensaios anteriores) para uma aplicação da FDA.
A porta voz afirmou que espera obter a aprovação para testar a Cimavax dentro de seis a oito meses, e começar os ensaios clínicos em um ano.
Um dólar por vacina
Os pesquisadores trabalharam durante 25 anos no desenvolvimento do produto para que o Ministério da Saúde cubano a disponibilizasse em 2011, com cada aplicação custando cerca de um dólar para o governo.
Em 2008, um teste apontou que pacientes com a doença que receberam a injeção viveram de quatro a seis meses mais que os que não receberam. Após a publicação desses resultados, o Japão e alguns países da Europa também começaram a realizar testes clínicos da Climavax há alguns anos.
A imunização procura uma proteína que os tumores produzem e que circula no sangue, em vez de atacá-los diretamente. Assim, estimula o corpo a liberar anticorpos contra um fator de crescimento epidérmico que, normalmente, estimula o crescimento celular e que pode também estimular a expansão do câncer. Com essa ação, a enfermidade se torna controlável mesmo em um estágio relativamente avançado.
A equipe pretende testar o uso da vacina, que também poderá ser uma alternativa para outros tipos de câncer, como uma intervenção preventiva.
Fonte: O Globo