A Interpol emitiu um alerta global sobre os riscos das pílulas de emagrecimento 2,4-dinitrofenol, ou DNP. A Polícia Internacional classificou o medicamento como uma "droga ilícita e potencialmente letal".
O comunicado foi divulgado pela organização — a pedido de autoridades francesas — duas semanas após a morte da estudante britânica Eloise Aimee Parry, que faleceu depois de ingerir oito cápsulas de DNP.
A agência emitiu o alerta laranja, destinado a chamar atenção da polícia, dos órgãos públicos e das organizações internacionais. A droga, segundo a Interpol, é comercializada na internet e os vendedores tentavam driblar a fiscalização rotulando o produto como açafrão. A polícia explicou que a substância, embora seja usualmente comercializada como um pó amarelo ou em forma de cápsulas, também está disponível como creme.
"Além dos perigos intrínsecos ao DNP, os riscos associados ao uso são potencializados devido às condições de fabricação. Além de ser produzido em laboratórios clandestinos, sem nomas de higiene, sem o conhecimento de especialista, os consumidores ainda são expostos a um risco maior de overdose" , afirmou a polícia.
A substância, utilizada pela primeira vez durante a Primeira Guerra Mundial, era empregada inicialmente na fabricação de explosivos. Na época, no entanto, observou-se o potencial emagrecedor do produto quando os operários expostos a ele apresentaram aumento significativo do metabolismo e perda de peso.
O uso das pílulas foi proibido na década de 30, quando pesquisadores detectaram inúmeros efeitos colatarais relacionados ao consumo. A ingestão da droga ocasiona um aumento significativo da temperatura corporal — fazendo com que a pessoa "cozinhe" por dentro — por interferir no processo de quebra de gorduras. A energia passa a ser liberada em forma de calor, ao invés de combustível para as funções corporais.
O primeiro registro de morte relacionado ao consumo de DNP aconteceu em 1938, quando um americano faleceu após atingir uma temperatura corpórea de 43,3 graus. Em uma pesquisa recente, cientistas relacionaram a substância à morte de pelo menos cinco pessoas no Reino Unido entre 2007 e 2013, o que indica que a comercialização das pílulas emagrecedoras voltou a subir.
Fonte: O Globo