A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o registro de um novo medicamento para ser usado no tratamento de hepatite C, o primeiro a ser administrado por via oral. A medida deve ser publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (6), segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
A expectativa é que o produto passe a ser oferecido pelo SUS ainda no primeiro semestre deste ano, conforme a coluna Mônica Bergamo adiantou nesta segunda (5).
O daclastavir é o primeiro de uma série de três medicamentos inovadores que deverão ser incorporados ao sistema público de saúde para o tratamento da doença. Os outros dois são o sofosbuvir e simesprevir.
Hoje, pacientes precisam recorrer à Justiça para fazer com que o SUS pague os medicamentos –o custo chega a atingir cerca de R$ 40 mil durante o período de tratamento –de três meses.
Segundo Chioro, a expectativa é que os gastos para oferecer os medicamentos no SUS sejam equivalentes ao gastos que já ocorrem com as medidas judiciais. Questionado, o Ministério da Saúde não informou quanto já gastou após os pedidos na Justiça.
De acordo com a pasta, os novos medicamentos apresentam um percentual de cura de até 90% –o tratamento atual oferecido no SUS tem chance de cura de até 60%. Além de benefícios como o uso oral e a a diminuição no tempo de tratamento, que passa de um ano para três meses, o medicamento aprovado apresenta menos efeitos colaterais.
Cerca de 16 mil pessoas são tratadas por ano contra hepatite C no sistema público de saúde. A doença, responsável por grande parcela dos casos de transplantes e de câncer no fígado, é transmitida por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de material para uso de drogas –como seringas–, de outros materiais cortantes e de objetos de higiene pessoal.
Fonte: Folha de São Paulo