Para muitas mulheres, o risco de consumir uma pequena dose de aspirina todos os dias pode ser maior que os benefícios.
Em um estudo clínico que durou 15 anos, pesquisadores holandeses dividiram 27.939 mulheres saudáveis com média de idade de 54 anos em grupos randomizados que tomavam 100 miligramas de aspirina ou pílulas de placebo a cada dois dias. O relatório final foi publicado na revista científica Heart.
De modo geral, o uso da aspirina está ligado à redução nos riscos de doenças cardiovasculares e de câncer colorretal (além de outros tipos de câncer no caso de outras mulheres). Contudo, na maioria dos casos de mulheres com menos de 65 anos, o risco de sangramento gastrintestinal era superior aos benefícios.
Entre mulheres com mais de 65 anos, o risco de doença cardiovascular e câncer aumenta, assim como o risco de sangramento. Ainda assim, os pesquisadores concluíram que os benefícios da aspirina compensam os riscos entre mulheres com mais de 65 anos.
Ademais, com base em uma fórmula que inclui muitos fatores de saúde e comportamento registrados pelo estudo — idade, fumo, pressão sanguínea, colesterol, e mais de duas dezenas de outros dados — os pesquisadores serão capazes de criar uma estimativa personalizada dos riscos e vantagens para cada paciente.
Existem bons estudos de larga escala a respeito dos riscos e benefícios da aspirina, afirmou um dos coautores do estudo, Frank L.J. Visseren, professor de medicina vascular do Centro Médico da Universidade de Utrecht.
— Contudo, é difícil aplicar uma média para todos os pacientes. Dessa forma fazemos melhor uso das informações coletadas ao longo do estudo — afirmou.
Fonte: Zero Hora