A hipertensão arterial é uma patologia que atinge um em cada quatro brasileiros. No Brasil, a hipertensão afeta mais de 30 milhões de pessoas, sendo 36% dos homens adultos e 30% das mulheres. Entre a população com mais de 65 anos a prevalência da doença é de 63,2%.
A pressão elevada é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, com destaque para o acidente vascular cerebral (AVC) – que atualmente é chamado de acidente vascular encefálico (AVE) – e o infarto do miocárdio. Essas são as duas maiores causas isoladas de mortes no país. A cada ano 315 mil brasileiros morrem de enfarte ou AVC. Isso corresponde a quase 30% das mortes.
O sódio é um nutriente essencial para nosso organismo que na regulação osmótica dos fluidos corporais, na condução dos impulsos nervosos e na contração muscular, entretanto, seu consumo excessivo está associado ao desenvolvimento da hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e renais, dentre outras.
Muitas vezes o sódio é associado apenas ao sal de cozinha, que é considerado hoje em dia o vilão da hipertensão. Além disso, existe a interpretação errônea de que apenas alimentos salgados contém sódio. Ao contrário do que se pensa o sódio sozinho não tem sabor e não está apenas em alimentos salgados, mas também em adoçantes (ciclamato de sódio e sacarina sódica), conservantes (nitrito de sódio e nitrato de sódio), realçadores de sabor (glutamato monossódico) e fermentos (bicarbonato de sódio).
Além desses alimentos, muitos medicamentos também são constituídos a base de bicarbonato de sódio, e que merecem destaque são os medicamentos efervescentes (sal de fruta, vitamina C, analgésicos), pois é esse sal que confere a efervescência ao produto. O bicarbonato de sódio também não possui sabor salgado e muitas pessoas ingerem essa substância com frequência sem saber que o sódio presente nela pode causar aumento na pressão arterial.
Quantidade de sódio
A Organização Mundial de Saúde recomenda um consumo máximo de 2000 mg (2g) de sódio por pessoa ao dia, o que equivale a 5g de sal (lembrando que 40% do sal é composto de sódio). As informações sobre consumo de sal provêm da indústria brasileira e indicam que a média de consumo de sal é de 12 g por dia. Isso significa que a população brasileira deveria diminuir o consumo do sal pela metade, a fim de se aproximar do limite recomendável.
Cada grama de sal de cozinha apresenta 40% de sódio e cada grama de bicarbonato apresenta 27% de sódio. Pode-se observar que o sal de cozinha possui maior teor de sódio em sua composição, mas no bicarbonato esse número também é muito elevado. Existem formulações disponíveis no mercado que contém de 52 a 890 mg de sódio. Ao ingerir um medicamento efervescente, que contém 890 mg de sódio, o consumidor estará ingerindo 45 % do consumo máximo diário recomendado por pessoa. É um valor muito alto levando em conta o sódio que o consumidor vai ingerir na alimentação.
Diante disso verificamos que os consumidores devem ficar atentos quanto ao uso de produtos que mesmo não sendo salgados podem conter sódio e que medicamentos efervescentes possuem grande quantidade de sódio em sua composição. Medicamentos para administração oral com mais de 140 mg de sódio na dose máxima diária devem conter informação que alerte indivíduos sujeitos a dietas com restrição de sódio a não tomar o medicamento sem antes consultarem um profissional de saúde.
Autora: Fabiana de Almeida
Fonte: Farmácia News