Se você está grávida, anote aí no calendário que você deve tomar a vacina DTPa (tríplice acelular contra difteria, tétano e coqueluche) gratuitamente entre a 27ª e a 36ª semana. A nova vacina acelular produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a GlaxoSmithKline, passa a compor o calendário do Sistema Único de Saúde em novembro.

Antes, apenas a DTP, que protegia contra difteria e tétano, estava disponível na rede pública de saúde. A inclusão da coqueluche é fundamental, já que a doença apresenta um alto índice de letalidade, principalmente em crianças com até dois meses de vida. Ao tomar a vacina, a gestante e o feto ficam protegidos contra a doença.

"A imunização oferecida pela nova vacina acelular é fundamental para proteger, além das gestantes, os bebês que já nascerão com os anticorpos necessários à prevenção da difteria, do tétano e agora também da coqueluche. Com isso, pretendemos diminuir tanto o número de casos quanto o número de mortes de recém-nascidos, causadas por essas doenças, por meio de medidas preventivas como a vacinação", diz Helena Sato, diretora de imunização da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

No calendário do SUS, a vacina já é oferecida para as crianças de até 6 anos. A primeira dose deve ser recebida aos 2 meses, a segunda, aos 4, e a terceira, aos 6.

Entenda a coqueluche

Transmissão

A coqueluche é causada por uma bactéria transmitida pelo ar, ou seja, por meio de gotículas de secreção eliminadas ao falar, espirrar e tossir.

Sintomas

A doença é caracterizada por espasmos de tosses que podem durar até 30 minutos e se repetem muitas vezes ao dia. Não apresenta febre, mas pode ter coriza na fase considerada catarral, que costuma aparecer após a primeira semana de contágio. Como os adultos já foram imunizados, acabam desenvolvendo quadros mais leves, o que dificulta o diagnóstico.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito com exames laboratoriais e, no Brasil, todos os casos devem ser notificados ao Ministério da Saúde. Se confirmada a doença, são receitados antibióticos imediatamente, porque, principalmente quando atinge recém-nascidos, pode causar a morte. O índice de letalidade nos bebês é considerado alto: cerca de 10% dos que são contaminados não resistem caso o tratamento correto não seja iniciado rapidamente.

Prevenção

A principal medida de prevenção é a vacinação correta: é necessário vacinar as crianças aos 2, 4 e 6 meses e dar reforços aos 15 meses e entre 4 e 6 anos para que a imunização se complete. Todas as doses estão disponíveis gratuitamente nos postos de saúde. Devido ao período de imunização, mesmo quem já teve a doença ou tomou todas as doses precisa se imunizar novamente após dez anos. Ou seja, adolescentes e adultos precisam tomar a vacina, que está disponível nas clínicas particulares. E, a partir do próximo ano, gratuitamente nos postos de saúde para as gestantes.

Fonte: Revista Crescer