A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou ontem que considera usar uma droga experimental contra o ebola para conter a epidemia que já infectou 1 711 pessoas e matou 932 desde março, na África Ocidental. O anúncio foi feito depois que dois americanos infectados pelo vírus foram levados de volta aos Estados Unidos e tratados com esse medicamento.
O tratamento consiste na utilização de proteínas chamadas de anticorpos monoclonais, que se acoplam ao vírus do ebola e o desativam. Esse método só havia sido aplicado apenas em animais, e a decisão de testá-lo nos dois americanos levantou uma discussão ética.
Em comunicado, a OMS reconhece que novos medicamentos precisam passar por uma série de testes em humanos antes de serem considerados seguros, mas, na falta de alternativa contra o ebola, questiona se não é o caso de recorrer ao tratamento experimental. Para enfrentar o tema, a OMS promoverá um encontro de especialistas em ética médica na próxima semana.
"Estamos numa situação incomum. Temos uma doença com uma alta taxa de mortalidade sem nenhum tratamento ou vacina comprovados. Precisamos pedir que especialistas em ética nos orientem sobre o que fazer agora", disse a diretora-geral assistente da OMS, Marie-Paule Kieny.
Vacina — Em entrevista à rede CNN, o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, disse que testes feitos em macacos com uma vacina experimental contra o ebola terminam em setembro deste ano. "Em seguida, a vacina começará a ser testada em humanos. A perspectiva é que essa etapa acabe no fim de janeiro de 2015", afirmou. O público-alvo da vacina são profissionais de saúde que tratam pacientes infectados pelo vírus.
Fonte: Revista Veja