Porcentagem é uma média dos últimos quinze anos. Diversos estudos mostraram que remédio não colabora com o tratamento da doença.
Apesar de evidências científicas mostrarem que antibióticos são ineficazes em praticamente todos os casos de bronquite aguda, a prescrição desse tipo de medicamento para pessoas com a doença ainda é elevada. Um estudo feito nos Estados Unidos mostrou que, nos últimos quinze anos, cerca de 70% dos tratamentos para pacientes com a condição no país foram feitos com antibióticos.
A pesquisa, realizada no Hospital Brigham and Women’s da Universidade Harvard, avaliou a prevalência de prescrição de antibióticos a pessoas com bronquite entre 1996 e 2010 nos Estados Unidos. Os resultados foram divulgados no periódico Jama. A bronquite aguda é uma doença respiratória caracterizada por tosse predominante que dura até três semanas. Estudos feitos ao longo dos últimos quarenta anos mostraram que antibióticos são quase sempre ineficazes no tratamento do problema. Desde 2005, o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), órgão de saúde americano, sugere que nenhum paciente com a condição tome antibiótico.
No novo estudo, os pesquisadores se basearam em dados de dois levantamentos nacionais sobre cuidados básicos de saúde em hospitais e ambulatórios dos Estados Unidos. Segundo os resultados, dos 3.153 atendimentos a pacientes com bronquite aguda registrados entre 1996 e 2010, 71%, em média, incluíram prescrição de antibióticos — e a taxa de pacientes tratados com o medicamento aumentou gradualmente durante esse período. A pesquisa ainda indicou que a prescrição do medicamento nesses casos cresceu especialmente em serviços de emergência.
O grupo de antibiótico mais receitado foi o dos macrolídeos, correspondendo a 35% de todos os antibióticos indicados para bronquite aguda. "Evitar o uso excessivo de antibióticos para a bronquite aguda é importante para os cuidados de saúde de qualidade. Médicos, sistemas de saúde, contribuintes e pacientes devem colaborar para criar mais responsabilidade e diminuir o uso excessivo desses medicamentos", concluíram os pesquisadores.
Fonte: Veja - Abril