Essa doença atinge muitas crianças – 80% dos pacientes têm menos de 10 anos de idade. Ela é vista em países subdesenvolvidos, especialmente nas áreas mais pobres da África, em algumas partes da Ásia e na América Latina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 100.000 pessoas são afetadas por ano. Algumas culturas não tratam a doença, já que ela já é considerada um tabu. Isso resulta em uma barreira para a detecção da enfermidade e para começar o tratamento adequado. A causa ainda é desconhecida, embora suspeite-se que a desnutrição seja um favor determinante.
Cancrum oris, conhecida também como Noma, é uma inflamação gangrenosa aguda dos tecidos orais e faciais, e atinge mais frequentemente pacientes gravemente desnutridos. Primeiramente, ela surge como uma úlcera dolorosa na gengiva e evolui posteriormente para uma necrose do tecido bucal, chegando a atingir os dentes e os ossos. O tratamento é feito com doses altas de penicilina e acompanhamento médico constante. Além da desnutrição, fatores como higiene oral inadequada, saneamento básico ineficiente, água impura, ocorrência recente de outra doença debilitadora, são geralmente encontrados ao redor das pessoas que contraem Noma.
A doença possui uma alta taxa de mortalidade. Estima-se que 80% a 90% das pessoas afetadas não conseguem sobreviver a doença. Porém, sua evolução pode ser freada com antibióticos e com a melhora da alimentação. Entretanto, os danos causados pela necrose e pelas úlceras são permanentes, sendo necessária cirurgia plástica para reparar o rosto do paciente.
Fonte: Jornal Ciência