A terrível depressão

A depressão é uma das causas principais de incapacitação no mundo. Mais de 50% dos doentes não respondem aos tratamentos medicamentosos de primeira linha. A desordem de depressão maior (DDM) é ainda mais grave e 10-15% dos pacientes continuam a experimentar sintomas persistentes, mesmo após o tratamento com múltiplas drogas. Parte da dificuldade de tratamento está em conseguir drogas que cheguem no local certo do cérebro e com o mínimo de efeitos colaterais.

Descongestionante mental

Cientistas do Centro para Dependência e Saúde Mental, em Toronto, Canadá, desenvolveram uma pequena proteína e um novo método de aplicação que pode revolucionar o tratamento da depressão. Esse peptídeo injetado direto no cérebro foi tão efetivo quanto um tratamento convencional em testes com animais, mas ele não funciona se for dado por via oral. A novidade é que a administração nasal por spray mostrou ser muito eficaz. O peptídeo age melhorando a neurotransmissão dopaminérgica de forma muito específica. A dopamina é uma substância que melhora nosso humor e prazer.

Separados é melhor

Dois receptores para dopamina, D1 e D2, quando são muito estimulados, tendem a grudar um no outro diminuindo assim sua ativação pelo neurotransmissor. Examinando o cérebro de pessoas mortas que tinham DDM, descobriram que havia muito mais receptores de dopamina grudados um no outro do que em pessoas que não tinham essa doença. O tratamento com o peptídeo desfaz essa ligação e melhora a transmissão dopaminérgica, e esta pode ser a explicação de seu efeito antidepressivo. Publicado na revista Neuropsychopharmacology.

Fonte: Departamento de Farmacologia