Você poderia ser enganado a ponto de acreditar que uma pílula de açúcar teria aliviado a sua dor? Na verdade, uma avaliação cerebral poderia revelar se você responderia a um tratamento com placebo ou não.

Tor Wager, da Universidade do Colorado, juntamente com sua equipe, analisaram dois estudos que mapearam o cérebro de pessoas através de um estímulo doloroso. Cada estudo foi constituído por dois testes em que os participantes receberiam um "creme para aliviar a dor" ineficaz. Em um dos testes, disseram aos participantes que o creme era falso, e no outro disseram que ele era um analgésico.

Ao comparar as respostas cerebrais de cada teste, eles identificaram várias estruturas cerebrais que eram mais ou menos ativas antes e durante o estímulo doloroso naqueles que experimentaram um efeito placebo.

Nos participantes que receberam o placebo, a atividade cerebral diminuiu nas áreas que processam a dor, mas aumentou nas áreas que estão ligadas à emoção. Isso sugere que, ao invés de bloquear sinais de dor no cérebro, o placebo muda a interpretação da dor.

"Muita ação acontece quando as pessoas estão esperando dor", explica Wager. "O que faz uma pessoa responder ao placebo é a capacidade de reavaliar o significado da dor antes que isso aconteça".

A equipe mapeou áreas específicas do cérebro utilizando informações de 35 dos 47 participantes. Com este mapa, eles foram capazes de prever o quanto o placebo diminuía a dor no restante dos participantes.

Assim, o mapeamento do cérebro pode ser útil para descobrir, através de testes clínicos, o quanto um determinado paciente irá responder ao placebo e em quais pacientes o uso do placebo será realmente eficaz.

Segundo Luana Colloca, do "National Institutes of Health" de Bethesda em Maryland (EUA), é difícil provar o quanto os remédios experimentais são superiores aos placebos, e prever quais pessoas realmente respondem bem ao placebo pode ajudar nesse desafio.


Fonte de conteúdo: New Scientist
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