A necessidade de utilizar a insulina ocorre em pessoas com diabetes Tipo 1 e em muitos casos com Tipo 2, pois, a aplicação é capaz de controlar a glicose no sangue. No entanto, quem dá início a esse tipo de tratamento encontra em farmácias e drogarias diferentes tipos de insulina, além disso, a prescrição médica indica dosagens especificas para cada horário, refeições ou situações glicêmicas específicas. Dessa forma, é importante conhecer as variedades existentes e como deve ser feito o cálculo na hora de aplicar a insulina.


Hoje em dia o mercado farmacêutico conta com diversos tipos de insulina para o tratamento de diabetes e elas se diferenciam pelo tempo em que ficam ativas no corpo, pelo tempo que levam para começar a agir e de acordo com a situação do dia em que elas são mais eficientes. Dessa forma, após compreender como a insulina funciona, a pessoa pode planejar suas refeições, lanches e exercícios. A intenção é que o tratamento com insulina se ajuste na rotina diária assim como no controle da glicose. Mas, vale lembrar que a idade, saúde geral, fatores de risco e atividades diárias do paciente são considerados, portanto, o uso é individual e nem sempre se acerta de primeira. É preciso ter paciência.

Tipos de insulina


A insulina humana (NPH e Regular) utilizada no tratamento de diabetes atualmente é desenvolvida em laboratório, a partir da tecnologia de DNA recombinante. A insulina conhecida como ‘regular’ é idêntica à humana na sua estrutura. Já a NPH é associada a duas substâncias, protamina e o zinco, que promovem um efeito mais prolongado.


Já as insulinas mais modernas, chamadas de análogas ou análogos de insulina, são produzidas a partir da insulina humana e modificadas de modo a terem ação mais curta, tais como: Lispro - Humalog; Aspart – NovoRapid; ou Glulisina -Apidra; ou então, ação mais prolongada, sendo elas: Glargina – Lantus; Detemir – Levemir; e Degludeca – Tresiba. As insulinas também podem ser apresentadas na forma de pré-misturas. Há vários tipos de pré-misturas: insulina NPH + insulina Regular, na proporção de 70/30, análogos de ação prolongada + análogos de ação rápida – Humalog Mix 25 e 50, Novomix30.

As insulinas podem vir em frascos e canetas. Os frascos são de 10 ml, para uso com seringas de insulina, e o refis são de 3 ml usados em canetas de aplicação de insulina, assim como podem vir em canetas de aplicação descartáveis. Outra forma de administração de insulina é a bomba de insulina.


Unidades de insulina


A insulina que corresponde a U-100 significa que existem 100 unidades de insulina por mililitro (mL) de líquido no frasco. O paciente deve sempre respeitar o número de unidades prescrito pelo médico. O auxílio do especialista é fundamental para determinar a dosagem apropriada. Atualmente no Brasil todas as insulinas comercializadas são U-100.

Insulina basal e bolus


Basal e bolus são as formas que o pâncreas secreta a insulina. Na maneira basal, uma secreção constante de insulina permanece em níveis baixos no sangue o tempo todo e é produzida em forma de ‘gotas contínuas’, mantendo a liberação de glicose para as células do organismo. Já o termo bolus, se refere a quantidades maiores de insulina que são liberadas na circulação sanguínea em momentos de maior necessidade, como por exemplo durante as refeições, ou quando há aumento de açúcar no sangue.

As insulinas de ação rápida encontradas nas farmácias são utilizadas para proporcionar ação semelhante a esses bolus de insulina, que ocorrem na fisiologia, necessários principalmente às refeições. Já as injeções de insulina de ação intermediária (NPH) e lenta (análogos) atuam de forma semelhante ao fornecimento basal e são aplicadas em 1 ou 2 aplicações diárias (Glargina, Levemir e NPH), ou até 3 vezes ao dia (NPH), a fim de proporcionar o componente "basal" da insulinização. Por essa razão, às vezes, para um bom tratamento com insulina, seguro e eficaz, minimizando o risco de hipoglicemias, usa-se várias aplicações diárias de insulina, no esquema assim conhecido como basal-bolus.

Cálculos para dispensação de insulina


- Em frasco aplicável com seringa (1 refil de 10 ml – 100UI/ml)


Dosagem diária – até 33 UI = 01 frasco; entre 34 UI e 66 UI = 02 frascos; entre 67 UI e 100 UI= 03 frascos; entre 101 UI e 133 UI = 04 frascos

- Em frasco refil para caneta (2 refis de 3ml – 100 UI/ml)


Dosagem diária – até 20 UI = 01 embalagem refil; entre 21 UI e 40 UI = 02 embalagens refil; entre 41 UI e 60 UI = 03 embalagens refil; entre 61 UI e 80 UI = 04 embalagens refil.


Frasco padrão de Insulina NPH e Regular Humana aplicável com Seringa possui 10 mL, sendo 100 UI/mL, portanto, contêm 10mL x 100 UI/mL= 1000 UI (total do frasco).

Frasco padrão de Insulina NPH e Regular Humana refil para Caneta possui 2 refis de 3 mL totalizando 6 mL, sendo 100 UI/mL, portanto, contêm 6mL x 100 UI/mL = 600 UI (total do frasco).

Como Calcular e Interpretar quantos frascos ou refis são necessários por mês?


- Calcular qual a dosagem diária utilizada (em UI).

- Multiplicar por dias de utilização (via de regra, e em caso de farmácia popular, para 30 dias).

- Verificar qual a dosagem total mensal e quantos frascos irão suprir esta demanda.

Exemplo: paciente utiliza 20 UI de manhã, 10 a tarde e 10 a noite, aplicado via injetável com seringa. Sendo assim, utiliza diariamente 20+10+10 = 40 UI diários.

40 UI diários vezes 30 dias = 1200 UI/mensal.

Como cada frasco para aplicar com agulha contêm 1000 UI, são necessários 2 frascos para totalizar o tratamento.

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Fonte: Fale com o farmacêutico e Sociedade Brasileira de Diabetes

Imagem: 123RF