A dengue, doença viral transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, se tornou uma doença endêmica e, apesar do ano de 2020 ter tido um foco maior nos casos de Covid-19 que também é uma doença viral, informações do Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde mostraram que entre o dia 29 de dezembro de 2019 a 05 de setembro de 2020 foram registrados mais de 928 mil casos prováveis de dengue no Brasil. O índice de pessoas contaminadas não é baixo, por isso, diante da enfermidade é necessário realizar uma consulta médica e saber quais medicamentos devem ser tomados. Isso porque alguns fármacos devem ser evitados durante o período em que o indivíduo apresenta sinais e sintomas da doença.


O aviso inserido em propagandas de medicamentos na televisão que diz "Este medicamento é contraindicado em caso de suspeita de dengue", é muito válido e mostra a importância de saber quais medicamentos não tomar com suspeita de dengue, a fim de ajudar a evitar problemas sérios de saúde. Sendo assim, mesmo que a pessoa não vá ao médico e tente se automedicar indo em drogarias, cabe ao farmacêutico dar as devidas orientações e prescrever ao paciente medicamentos para aliviar sintomas de febre e dores, por exemplo.

Entre os medicamentos contraindicados em caso de suspeita de dengue, estão:

Salicilatos e salicilamida


Os salicilatos fazem parte do primeiro grupo de medicamentos contraindicados em casos de suspeita de dengue. Nessa classe estão fórmulas como o ácido acetilsalicílico e o ácido salicílico, responsáveis diretos pela redução da viscosidade sanguínea. Esses fármacos costumam serem utilizados para reduzir a capacidade de coagulação do sangue, principalmente em casos de problemas cardíacos. Também são extremamente perigosos em casos de dengue hemorrágica.

Com diversos nomes comerciais, até os profissionais de saúde podem se questionar se um medicamento tem ou não tais princípios ativos. Diante da dúvida, o ideal é consultar a Anvisa para saber quais são os nomes comerciais dos medicamentos, mas alguns dos mais famosos incluem: AAS, aspirina, Engov, Coristina D, entre outros.

Outros anti-inflamatórios não-hormonais (Aines)


Alguns anti-inflamatórios também podem provocar resultados adversos quando administrados em pacientes com dengue. Por essa razão, todo o cuidado é pouco. Assim, certos medicamentos devem ser evitados até mesmo quando há suspeita de estar com o vírus da dengue circulando em seu organismo, sendo eles: naproxeno, cetoprofeno, diclofenaco, piroxicam e ibuprofeno.

Paracetamol (em alguns casos)


De acordo com a Anvisa, "O paracetamol é contraindicado para portadores de doenças hepáticas, imunossupressoras e AIDS. O vírus da dengue, especialmente a forma hemorrágica da doença, provoca necrose hepática podendo evoluir para falência do órgão." É por isso que é necessário ter uma atenção maior antes de se automedicar. Outro ponto fundamental é conhecer bem a própria saúde, a fim de saber se você se enquadra ou não nos fatores que contraindicam o medicamento paracetamol.

Corticoides


Diversos estudos com corticoides não foram eficazes ou foram inconclusivos contra a dengue. Portanto, a recomendação atual é não tomar medicamentos à base de corticoides em suspeitas de dengue.

De maneira geral, é preciso ter muito cuidado ao lidar com corticoides. Pessoas com problemas renais, como a insuficiência, por exemplo, devem ter um cuidado extra ao tomar esse tipo de medicação, que só pode ser prescrita por um médico por ser metabolizada quase que totalmente pelos rins.

Dessa forma, mais uma vez, o autoconhecimento sobre a própria saúde é algo essencial e, claro, os riscos da automedicação não se resumem apenas aos indivíduos que podem ou não ter dengue. Esse é um assunto que precisa ser discutido em amplitudes gerais.

Consequências de se automedicar nos casos de dengue


Ingerir remédios por conta própria sempre envolve riscos, pois, não dá para saber como aquele fármaco irá interagir com outros medicamentos utilizados anteriormente ou se a pessoa tem, por exemplo, um problema de saúde desconhecido que pode ser agravado por aquela substância.

Se tratando da dengue, esse problema se torna ainda mais evidente devido ao próprio ciclo da doença. Pode ser que os medicamentos atuem na coagulação sanguínea, tornando o plasma ainda mais aquoso e aumentando o risco de hemorragias ou a dengue hemorrágica propriamente dita.

Portanto, se você atua na área da farmácia é importante estar sempre atualizado (a) a respeito dos medicamentos e nada melhor do que fazer uma pós-graduação e aprimorar esse conhecimento. O Instituto Monte Pascoal possui uma especialização com conteúdo completo para você, farmacêutico (a). Matricule-se na pós em Farmácia Clínica com Ênfase em Prescrição e Serviços Farmacêuticos, e Gestão Farmacêutica "Dupla Certificação", faça a diferença no mercado de trabalho como um (a) especialista no assunto.



Fonte: Pharma hoje e Associação Paulista de Medicina (APM)

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